Aprenda a organizar as brincadeiras das crianças

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A designer de interiores Iara Santos diz que projetos de decoração devem prever espaços para acomodar brinquedos, livros e roupas de forma simples e garantir o livre acesso das crianças


Não é novidade que toda criança adora brincar. Mas na hora de arrumar a bagunça, elas não acham nada divertido. O resultado é um monte de carrinhos, bonecas, jogos e bolas espalhados pela casa. Essa desordem também pode ser perigosa, já que deixar brinquedos jogados pelo chão pode causar acidentes domésticos. Como muitas vezes não adianta pedir às crianças para manterem a organização, o jeito é apelar para transformar essa hora tão chata para elas em uma continuidade da brincadeira. Para que isso aconteça, por incrível que pareça, a solução pode estar na escolha correta do mobiliário.
De acordo com a designer de interiores Flaviane Pereira, para favorecer a organização, é essencial escolher móveis que sejam bem acessíveis aos pequenos para que eles não tenham muito trabalho ao manuseá-los. “O principal é que a criança tenha tudo ao alcance das suas mãos, para que ela mesma possa Cômodas, camas com gavetas e cabideiros são algumas das opções que ajudam nessa organização, segundo o dono da loja Sapeka do Shopping Minascasa, Marcus Vinícius da Silva Lima. Mas é preciso que o mobiliário tenha atrativos que levem os pequenos a interagir com ele. “O ideal é utilizar cores vibrantes e fortes para estimular que a criança desenvolva mais seu lado sensorial”, sugere. O empresário também indica o uso de móveis lúdicos, que remetem os pequenos ao mundo da brincadeira e aguçam o imaginário infantil. Para isso, o mercado disponibiliza as mais diversas opções. “Como baús em formato de animais, carrinhos ou casinhas”.

Usar cores vibrantes ajuda a estimular o desenvolvimento do lado sensorial das crianças. Mas evite exageros para não causar desconforto

Flaviane Pereira observa que as crianças se sentem melhor em ambientes que despertem sua atenção. Por isso, elementos como letras, números, formas geométricas, linhas e cores, além de terem caráter educativo, auxiliam o design de projetos infantis. “Um quarto para uma criança que está na escolinha pode ter elementos diversificados, como fotos, desenhos e figuras”, indica.
Outros atrativos são usar adesivos na parede dos quartos e portas de armários e fazer do ambiente também um local de lazer. “Principalmente porque a maioria das pessoas mora em apartamentos com espaços reduzidos. Então, aproveitar bem esse espaço e estimular a criança a gostar e aproveitar o ambiente é uma boa aposta”, acredita o empresário. Para quem está começando a pensar na ideia de fazer com que o ambiente favoreça a organização, o mais recomendado é começar com um baú, segundo Marcus. O móvel deve incentivar a criança a brincar e ter formatos e cores divertidas.

PRÁTICO

Apesar de hoje ser possível encontrá-los nos mais diversos formatos e cores, já faz algum tempo que os consumidores atribuem valor a esses tipos de móveis. “Sempre houve essa noção de que é preciso guardar as coisas das crianças. Há cerca de 10 a 15 anos, no entanto, surgiu uma preocupação maior com a necessidade de montar um quarto mais prático e mutável, que possa ter mais de uma função para a criança (brincar, estudar e dormir, por exemplo)”, diz Marcus Lima.
A designer de interiores Iara Santos também ressalta a importância de todos os projetos de mobiliário serem idealizados para acomodar, de forma simples, o acesso da criança aos brinquedos. “Móveis baixos com baús volantes e abertos são ideais para que as crianças possam pegar e guardar os brinquedos sem muita dificuldade. Outra opção são as estantes-tablados. Esse móvel é bem baixo, quase no piso”.
Para quem tem mais espaço em casa ou mora em um apartamento maior, o ideal é destinar área específica para a prática da brincadeira. “Projetar uma brinquedoteca é uma boa pedida para fazer dos brinquedos parte da decoração e evitar a bagunça por toda a casa”. É fundamental, ainda, observar a altura do mobiliário para que as crianças possam usá-los adequadamente. “Nesse caso, gosto muito de fazer móveis mais baixos”, diz a designer de interiores Iara Santos. Caso isso não seja possível, para os papais e mamães superorganizados, ela dá outra dica. “O segredo é simplificar. Facilitar o acesso aos brinquedos. Uma maneira de estimular os baixinhos a guardar os brinquedos é desafiá-los em um jogo. Pode-se separar móveis e baús por temas. Assim, eles terão que guardar todos os brinquedos em seus devidos lugares”, sugere. Dessa forma, basta dar início às brincadeiras e evitar a dor de cabeça de ter de juntar toda aquela bagunça deixada pela criançada.
Para isso, uma das opções é buscar em lojas as opções que melhor atendem as necessidades do ambiente, das crianças e de seus pais. A desvantagem dessa escolha é a limitação de uso com o passar do tempo, como observa a designer de interiores Flaviane Pereira. “A maioria dos móveis prontos, não planejados, têm menor aproveitamento a longo prazo. O ideal, não só para as crianças, mas para toda a residência, é um projeto que considere a personalidade e as necessidades do usuário. Móveis prontos são determinados e limitados a determinada faixa etária”, destaca.


Marcus Lima também diz que em lojas de móveis infantis há boas opções, como baús, armários e cômodas. As lojas especializadas em peças planejadas são outras apostas. No caso de quem optar por encomendá-los, é necessário aguardar um prazo maior para fazê-los. “Hoje, esse processo tem um prazo médio de entre 30 e 60 dias. Geralmente, o cliente procura uma loja e escolhe o modelo. A partir disso, pode variar cores, puxadores, acabamentos, tamanho.” Para quem optar por fazê-los sob medida, Flaviane indica que o melhor caminho é procurar um designer “que considera o espaço, a função e o leiaute. Esse é o primeiro passo para não haver erros. O questionário elaborado pelo profissional vai guiar todo o projeto”, diz.
De acordo com a designer de interiores, o desenvolvimento de um produto deve partir de uma intenção. “Essa, por sua vez, deve estar delimitada por uma grande variedade de quesitos, que orientem o foco do seu desenvolvimento. Esse é o briefing: um conjunto de ideias que possibilita ao designer compreender e mensurar o projeto”, explica Flaviane. O trabalho é detalhado e envolve uma série de aspectos que são fundamentais para o sucesso no projeto. “No briefing, é especificado qual o produto a ser desenvolvido, qual o seu conceito, para quem se destina e seu custo. Um móvel bonito pode não ser funcional e vice-versa”, ressalta Flaviane Pereira.
Para Marcus Lima, os critérios mais importantes a serem considerados na hora de projetar esse tipo de móvel são a durabilidade, a segurança (normas da ABNT) e a facilidade de manutenção e limpeza. Entre as opções mais procuradas estão os armários e as cômodas, que são mais duráveis. “Clientes já estão optando por armários planejados ao invés dos armários infantis, porque duram mais e aproveitam melhor o espaço”, verifica. E para que haja harmonia entre o mobiliário e os demais objetos que fazem parte da decoração, é preciso saber como distribuí-los. “Para aproveitar bem os espaços, é interessante utilizar nichos nas paredes, que podem abrigar tanto objetos de decoração quanto brinquedos, deixando-os em locais de fácil acesso”.
CUSTO
Se a ideia já está te seduzindo, agora é partir para sua execução. Marcus Lima diz que o preço vai variar muito de acordo com material, tamanho, processo de fabricação de cada peça. Mas investir nelas vale à pena, principalmente levando em consideração o tempo corrido. “Os pais procuram produtos que simplifiquem a rotina e que sejam práticos. Um exemplo é a facilidade oferecida por um cabideiro: podem ser dependuradas as coisas da criança quando chegam em casa. Além disso, também é visualmente mais agradável.”
A desvantagem de utilizar esse mobiliário é que, por geralmente terem design diferenciado, têm um custo é um pouco alto, como admite Marcus Lima. “No entanto, também já existem opções mais em conta”, completa. Para se ter uma noção de preço, um baú em formato de animal, cama Disney Princesas (com estante escondida) e cômoda Stock Car – Step2 saem por R$ 200, R$ 2.299 e R$ 889, respectivamente.
Tudo em seu devido lugar

As opções de mobiliário para facilitar a organização são variadas. Mas para que a peça compense o investimento do valor que foi desembolsado em sua compra, é preciso saber incentivar o seu uso correto. Para isso, as personal organizers Célia Nunes e Vânia Laporte, da Simplesmente no Lugar, ensinam como brincar com organização. O primeiro passo para incentivar e ensinar os filhos a deixarem o ambiente usado para brincar em ordem é servir de exemplo. “Organize o quarto dos adultos, primeiramente, e mantenha-o sempre arrumadinho, limpo e bem cheiroso”, comenta Célia.

Como é comum que as crianças, ao brincar, derrubem as caixas de brinquedos no chão, é fundamental impor limites e estabelecer acordos antes das brincadeiras. “Mostre a eles que o que tirarem do lugar terá de ser devolvido e guardado da mesma forma que antes. Não ceda às suas vontades, senão a bagunça vai crescer junto com elas”, alerta. Para incentivá-las a deixar tudo em ordem, também é fundamental elogiar quando eles arrumam os brinquedos depois de utilizá-los. “ Por isso, facilite as tarefas, providenciando recipientes organizadores adequados para cada tipo e tamanho de brinquedos”, diz Vânia.
Nesse trabalho, vale usar baús, caixas plásticas transparentes de diversos tamanhos e as próprias embalagens de alguns brinquedos. “E lembre-se de dar tarefas que os filhos consigam realizar. Nada de regras rígidas nem organização impecável. Ajude sempre, mas nunca faça todas as tarefas por elas.” O incentivo à organização do espaço por parte das crianças passa, ainda, pelo acesso delas aos locais destinados à guarda dos objetos.
Entretanto, caso os pais notem que a criança usa todos os brinquedos de uma só vez, derrubando-os no chão para brincar e depois não dá conta de guardá-los, a solução apresentada por Vânia é selecioná-los para serem usados separadamente. “Tire alguns deles de circulação por algum tempo e guarde-os para surpresas posteriores.” Esse tipo de trabalho educativo e de conscientização pode ser aplicado a todas as crianças, com ótimos resultados. Como exemplo, Célia cita um caso em que ela e sua sócia foram contratadas para organizar o quarto de uma menina de 11 anos que tinha acabado de receber o diagnóstico de distúrbio de déficit de atenção.
Fonte: Junia Letícia/Portal Lugar Certo/Jornal Estado de Minas
Fotos: Eduardo Almeida/RA Studio


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