Alta de apartamento é maior que a da Selic

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Valorização de imóveis na capital chega a 147,66%, em seis anos, e fica acima da taxa básica de juros, de 129,32%
Ao contrário do que se alardeia, o mercado imobiliário de Belo Horizonte está longe de viver um processo de supervalorização que justifique a criação de uma bolha como a ocorrida nos Estados Unidos e que foi responsável pela crise econômica que pegou o mundo desprevenido em 2008. Segundo levantamento feito pelo presidente da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI/Secovi), Ariano Cavalcanti de Paula, ao qual o Estado de Minas teve acesso exclusivo, em seis anos a valorização média dos apartamentos na capital mineira foi de 147,66%, o que representa uma taxa mensal de 1,38%.
A título de comparação, a taxa Selic ofereceu, no mesmo período, algo em torno de 129,32%, ou 1,27% ao mês. Ou seja, na média, os imóveis ganharam, sem exageros, das aplicações financeiras, perdendo apenas para alguns papéis da bolsa como Petrobras PN, com taxa efetiva de 2,02% ao mês em 11 anos, e Vale PNA, com taxa de 2,5% em 11 anos, avalia. Os apartamentos, que em 2004 eram negociados a um valor médio de R$ 94,9 mil, hoje são avaliados em R$ 235 mil. Somente este ano, já foram feitas mais de 10,4 mil transações com apartamentos em Belo Horizonte com valor total de R$ 2,2 bilhões.
A exceção fica por conta dos terrenos que, de acordo com a região, chegaram a apresentar valorização superior a 270% em dois anos. Neste caso, houve sobrevalorização, prova disso é que o mercado perdeu liquidez. Para Cavalcanti, os dados permitem uma avaliação mais serena do mercado. A tendência é de se fazer um corte de tempo muito curto e ter a falsa percepção de que a valorização foi grande. É certo que foi a melhor aplicação, mas não foi algo desgovernado, observa.
A qualidade do crédito brasileiro e o volume de financiamentos ainda baixo, aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB), reafirmam a impossibilidade de existência de uma bolha imobiliária. “Como podemos falar de bolha se praticamente não temos operações de securitização? O mercado brasileiro não é alavancado como era nos Estados Unidos. Além disso, não chegamos a fazer nenhuma operação de subprime, o que demonstra a boa qualidade do crédito”, observa Cavalcanti.
Na avaliação do especialista, a tendência é de manutenção do processo de valorização contínua, pelo menos nos próximos 10 a 15 anos. Claro que o mercado não terá sempre uma reta ascendente, uma vez que pode haver momentos de retração, o que é normal. Mas, no longo prazo, haverá um resultado de valorização efetivo e a compra de imóveis permanecerá sendo o melhor investimento, aposta. O temor de esgotamento dos recursos da poupança para financiamento habitacional existe, mas Ariano garante que outras alternativas poderão ser buscadas. Existem outras fontes de recursos, até internacionais. Sem falar no mercado de securitização, que pode alavancar muito essas operações.

ALUGUEL
A reação do mercado imobiliário a partir de 2004 foi motivada principalmente pela nova percepção do brasileiro sobre a economia, com inflação e câmbio sob controle. Além da compra e venda de imóveis, o mercado de locação também vem experimentando altas consecutivas. No início dos anos 2000, estava extremamente deprimido e era esperado que, uma hora, houvesse uma reação, que teve início em 2004 e vem até hoje, afirma Cavalcanti.
Em 2008, o reajuste dos aluguéis residenciais foi de 13,53% em média, enquanto o comercial, de 11,21%. Em 2009, o residencial pulou para 14,87% e o comercial deu um salto para 18,32%. Este ano, o valor do aluguel residencial já acumula alta de 13,82% e o comercial de 19,06%. Os índices correspondem a três vezes o valor da inflação no mesmo período. Na ponta do aluguel, a elevação de preços vem acelerada, contínua, sistemática e vigorosa, o que era de se esperar, avalia Cavalcanti.

FGTS NOS CONSÓRCIOS

Os saques da conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para uso em consórcios imobiliários já somaram R$ 28,8 milhões desde março, quando as regras do fundo foram alteradas para permitir a nova finalidade de uso. Segundo a Caixa, já foram feitas 1.729 operações de amortização e liquidação de consórcios. O valor médio de saque por imóvel foi de R$ 16.645,62. Por outro lado, o uso de recursos do fundo para abatimento no valor da prestação de consórcio foi menor, com 34 operações feitas no mesmo período, somando R$ 210 mil, com valor médio de R$ 6.282,40. Em 18 de março, foram definidas as regras para trabalhadores titulares de conta no FGTS e cotistas de Consórcio Imobiliário usarem o saldo da conta vinculada para amortizar, liquidar e pagar parte das prestações.
Fonte: Paula Takahashi/Jornal Estado de Minas

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